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"Felizes Para Sempre"

   Podia ser tudo tão normal. Desde pequeno, assistindo os filmes no formato "felizes para sempre", tinha certeza que aconteceria. Me sentia um pouco diferente em relação àquela princesa de todo conto, ela não cabia nas minhas histórias. Mas com certeza eu teria um "felizes para sempre", eu acreditava nisso. 
   Hoje o mundo girou tanto, que quase me perdi. Se olho para algo que esqueci no passado, nem ouso voltar atrás, nada seria como antes, ou como eu quis que fosse. Você também já deve ter corrido por aí, já deve ter se aventurado, já deve ter ido embora. 
   Tudo mudou. Você hoje é um estranho com lembranças quase esquecidas, mas não menos doloridas que antes. Você não me segurou, não me abraçou, você não tinha a mesma ideia que eu sobre o final feliz, sobre o correr para as colinas e ficar ali, quietos, sem pedras, sem choro, sem nada. 
   Ainda não perdi as esperanças. Meu corpo rasteja para o escuro, e só tenho certeza do que já vivi, só assim tenho paz. 
   Quem sabe algum dia, ou alguma noite, num ônibus ou numa calçada, quem sabe nos encontramos, quem sabe você vê nos meus olhos tudo o que passei e todos os meus medos por causa desse sentimento. Quem sabe você saiba que eu esteja doente, doente por dentro. Uma ferida.



"Não foi correspondido"

  Seria muito difícil aceitar isso algum tempo atrás. Mas não, não foi correspondido. Tudo o que senti, todas as minhas emoções, tudo o que construí para você não foi correspondido. Você até deu algum sinal de vida, mas não foi o bastante para eu me sentir seguro. 
  Por todo esse mundo desumano, era como se tivéssemos fazendo algo horrível, fomos obrigados a acreditar que éramos uma aberração, pelo menos eu me senti assim quando percebi que te amava. Eu percebi que queria me deitar contigo, mas não como uma mulher, como diz a bíblia, mas queria me deitar contigo como um homem. Um homem com outro homem, só isso.
  Você conversava comigo mais com os olhos do que com outra coisa, a não ser nos momentos em que nos tocávamos, "sem querer".
  Um dia você, sem ao menos me dizer qualquer coisa, segurou minha mão. Mas não segurou minha mão como um amigo ou como uma mulher, você trançou os dedos nos meus, como um homem. Um homem com outro homem. 
  Nunca começou, mas eu me torturo procurando o fim, tentando fazer acontecer, tentando mudar. Os anos passam, distrações. Mas você, por inteiro, nunca tive. Você, por inteiro, nunca me correspondeu. 

"Esses dias tive notícias suas"

  Esses dias tive notícias suas, soube que passou na calçada de casa. Como sempre, deve ter sido uma passagem rápida, como se não quisesse passar, só olhou mesmo e foi embora. Afinal sempre foi assim.   Minha timidez nunca ajudou muito e, os seus sinais falhos eu também não entendia bem. 

 Quando passar de novo pela calçada de casa, pelo menos toque a campainha, pelo menos diga que me procura, ou que um dia me procurou. Quando passar de novo por aqui, pela minha vida, me dê sinais fortes, que eu te retornarei.
  Sempre que quiser, até o momento em que eu não te esquecer, pode passar pela calçada de casa, fique a vontade para pedir mais intimidades, para pedir mais informações. Fique a vontade também, se quiser, de me beijar.